25 setembro 2007

*estranhos múltiplos********

quantos podemos ser?

o que se esconde por trás do que pensamos ser?

o que pensam que eu sou?

sou?

ou não?

criadores e criaturas


Estas imagens foram produzidas hoje, em Maceió, no URUCUM Estúdio (http://www.urucumestudio.com.br/) pela fotógrafa Renata Voss, que do click ao corte agiu com a disposição, agilidade, criatividade e perigo de sempre.
Elas fazem parte da Ação performática em processo Estranho, eu não sou Hamlet que vou reapresentar no próximo dia 28 de setembro, na Mostra de Dança da Casa do Lago, Unicamp, Campinas.
A idéia de criação surgiu de pensamentos sobre a condição de Hamlet e sua loucura ‘forjada’; desta construção do jogo realidade X loucura nas ações do personagem, da cena e da dissimulação da loucura como possibilidade de existência e ação. Uma ação que me parece mais ampliada que forjada, ou inventada. A loucura existe como limite a cada momento, um devir loucura, ou será que Hamlet estava louco de fato? Só através do jogo, da ação manipulada no tempo/espaço, ele consegue prosseguir e agir.
A máscara que revela,
Ou a máscara que esconde?
E toda meta-meta linguagem possível.
Os múltiplos do ‘ser ou não ser’:
Quantos ‘seres’ habitam em mim?
Quantas camadas entre o que está dentro e o que é visto por fora. E quanta transformação neste fluxo de relações.
Máscaras de pele de papel e tinta impressa. A fantasia de mim mesmo.
Quantos sou e/ou quantos posso ser.
O ator/performer como potencia destas questões.
A cena como lugar de ampliação destes paradoxos.
Lugar de fronteira,
Zona de turbulência como diz Ferracini.
Deixar de ser você mesmo ou
Fingir ser outro?
E todos estes paradoxos relacionados ao trabalho do ator-performer e também associados a possíveis estados de loucura ou esquizofrenia.

Ou como diz Hamlet:

Mas eu, idiota inerte
Alma de lodo
Vivo na lua
Alheio as minhas próprias causas.
E não sei fazer nada.
Serei eu um covarde?

Estas palavras cabem em minha boca.

Um comentário:

Anônimo disse...

muito bom
=D