11 abril 2008

+aboutmedea:

O beijo de Medea
Jade Maravala (Medea) e Olga Fernandes

Resumo do texto do projeto comercial e de apoio a viagem dos artistas brasileiros:

Hotel Medea
é uma realização teatral criada pelos grupos londrinos Zecora Ura e Para-Active/The Urban Dolls que, como resultado de varias residências pela Europa e Brasil, irá estrear no renomado Lift - Festival Internacional de Teatro de Londres em junho de 2008 e já está confirmado para se apresentar no renomado Teatro Aurora Nova, dentro da programação do Festival de Edimburgo em 2009. O Projeto começou na Inglaterra, passando pelo Brasil, e agora volta para ser continuado na Europa. Alguns artistas brasileiros que participaram no Brasil foram convidados para continuar o processo na Europa. Trata-se de uma construção ímpar onde se busca o reencontro com o mito, partilhando platéia e elenco de uma só vivência. Os mitos utilizados como eixo de criação são os do Bumba meu Boi e de Medeia. Este trabalho de criação em processo vem sendo desenvolvido através do intercâmbio entre artistas de Londres e do Brasil desde o Drift Project, ocorrido em dezembro de 2006. Tratando-se, assim, de uma residência intensiva de treinamento e criação que resulta na concepção de um espetáculo – o Hotel Medea, da meia noite ao amanhecer. Liderado pelo diretor artístico do grupo Zecora Ura, Jorge Lopes Ramos, a equipe criativa é uma mistura de teatros internacionais de interculturais, música contemporânea e artistas que trabalham com mídia interativa, incluindo Marc Von Henning (anteriormente do Primitive Science); o compositor brasileiro DJ Dolores, e Urias de Oliveira, Diretor do Teatro TAPETE no Estado do Maranhão. Nos últimos sete anos, a companhia Zecora Ura tem se comprometido com uma abordagem intercultural e interdisciplinar do fazer teatral, provocando encontros de culturas, gêneros e idades num ambiente colaborativo. Excelência artística é a prioridade em nosso trabalho, focando na pesquisa e criação de performances do mais alto calibre para todos os públicos. Nós encaramos o nosso trabalho em transformação constante, persistentemente re-definido pelos desafiadores encontros artísticos que nós promovemos durante nossas residências, workshops e festivais pelo mundo. No passado, nós trabalhamos com membros de companhias internacionalmente reconhecidas como LUME Teatro (Brasil), Song of the Goat (Polônia), Dan Kai (Islândia), Object Performance Theatre (Japão) dentre outros. Depois de produzir 12 espetáculos internacionais que passaram por mais de 15 países, nosso presente trabalho ‘HOTEL MEDEA from Midnight to Dawn’ é o mais ambicioso até agora. Ele é resultado do desejo de permanecer constantemente acordado num mundo anestesiado e encontrar nosso público cara a cara, de um para um. Para fazer a ponte entre o encontro real e o virtual durante a performance, nós continuamos a pesquisar e queremos reinventar o uso de aspectos mundanos da comunicação diária e da interação humana, como por exemplo, suportes tecnológicos cotidianos como os aparelhos celulares e a internet.

Sinopse do Hotel Medea:

Hotel Medea é baseado no mito Grego de Medea e no mito brasileiro do Bumba meu Boi, e é um evento com um conceito de interação único, que integrará uma nova escrita, música ao vivo e mecanizada, instalações de midia, performances íntimas e particulares, e performance site-specific.

Hotel Medea – trilogia (que acontecerá de meia noite até o amanhecer, em tempo real):

CAPÍTULO 1 - O Mercado da Zero Hora: inspirado no encontro mitológico entre Jasão e Medea na Pérsia, e faz uso de uma linguagem performática provocante e de contrastes musicais que criam um labirinto de comida, sangue e música.

CAPÍTULO 2 – Drylands: o labirinto noturno de desencontros examina Medea por reconhecer que a tecnologia está reinterpretando nossa relação com mito. Por decidirmos ficar acordados, nós escolhemos desafiar o tempo e a morte rejeitando terras-natais, cortando laços.

CAPÍTULO 3 - Banquete do Amanhecer: quando a noite se aproxima do fim, Medea pensa em seu futuro. Nesse pequeno epílogo nós vemos a luta entre Medea e sua Ama, com o coro e com ela mesma. Todos querem a felicidade, mas nada nos ilude mais que ela. Em um finale que é tomado pela pulsão e não pela razão, sacrifícios têm que ser feitos.

O artista Flávio Rabelo participa deste processo desde sua etapa de pré-criação, ainda quando da realização do Drift project no Brasil em 2006. Fez parte das oficinas de treinamento noturno –realizadas no LUME teatro - e do intensivo que ocorreu durante todo mês de Janeiro de 2008 no Rio de Janeiro para a criação do "Capítulo I - Mercado da Zero Hora". Junto com outros atores e artistas do Brasil e de Londres, durante intensivo de trabalho em Miguel Pereira/Rj, criaram um repertório comum e uma estrutura cênica em processo para poder dar continuidade ao trabalho, tanto na melhoria do Capítulo I, quanto no desenvolvimento dos Capítulos II e III. Estas experiências deram ao artista repertório para agir como um dos agentes catalizadores nas oficinas-processo que ocorrerão na Europa nesta nova etapa do projeto. Assim, Flávio Rabelo foi um dos convidados pelo Grupo Inglês Zecora Ura a continuar o processo e realizar esta viagem à Inglaterra. Com esta viagem, este novo intensivo, e a participação no Lift ele terá a oportunidade de continuar atuando como membro ativo na construção do espetáculo como ator/performador-criador.

A inserção do artista neste projeto se deu através do cruzamento de interesses artísticos e éticos comuns, referentes à criação coletiva em artes cênica e ao uso do corpo como suporte destas manifestações. Interesses estes, atualmente por ele pesquisados no mestrado no Instituto de Artes da UNICAMP, com o trabalho: Corpo Estranho - corpo performático multirelacional - dialéticas dos processos de construção. A pesquisa tem orientação do Dr. Renato Ferracini (LUME TEATRO), co-orientação do Dr. Fernando Villar (Unb) e conta com financiamento da Fapesp. São os treinamentos, as Ações (intervenções públicas e performances) e as reflexões conceituais desta pesquisa que o artista vem também trabalhando no processo de construção do Hotel Medea como ator/performador-criador.

A continuação e aprofundamento das questões tratadas (práticas e conceituais) no processo de Hotel Medea são de suma importância para a continuação, aprofundamento e ampliação das redes criativas e geradoras da pesquisa de mestrado em desenvolvimento.


a chegada d@s argonautas

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