02 maio 2009

re-re-resposta Ophélia


Minha mente não cessa de fazer barulho.
Meu coração não cessa de bater apressado.
Não sinto nada, mas sempre doente, to sempre sentindo.
Dói ouvir, pequena dose de tristeza.
Dói ver, pequena dose de fixação.
Mas nada é fixo.
Tudo muda. É a mduança que me dá medo. Medo de qua?
De sobreviver, de não ultrapassar o muro. De ser fixa. Pequena particula imovel, parada no espaço.
 
VocÊ já teve a sensação de que tudo evoluiu e vocÊ ficou parado? Como uim quadro envelhecido na parede da casa da bisavó, que vai ficando sépia. Peça idiota e sem sentido que as ninguem olha e não se saber nem que sentido tem.
Olhos de criança repreendida.
A culpa é como um casaco de pele rára, que vocÊ veste e não pára de pensar no bicho morto. O casaco te abraça com tanta força que parece já fazer parte de sua pele. Mas como tempo ele começa a deteriorar, apodrecer e vocÊ apodrece junto. morro eu ou morre a história.
 
Toque-me pelo amor de Deus para eu saber que eu existo.
Exisitiu... Silencio mudo
nudo, nulo, adeus.
 
Perdão pelo meu barulho no seu tempo silenciado.
Percepção de processos. Tira a cosntrução de um eu, deixa eu ser vários, multiformes, sem sentido de ser, sem opinião.
Não importa o que meus eus façam. Talvez importe pra você.
Mas você não me importa.
Eu preciso em sentir aceita por mim mesma e mim é você, é vocÊ que meus olhos tocam.
Espelho sem volta, toco e não me toca.
 
Não me toca, não me toca mais. Não se aproxima, camisa vermelha, rota, gola desfeita.
 
Não me toque pelo amor de Deus, eu não existo, eu me diluo, eu me disfarço.
Você pode me fotografar por favor? Pra eu me pendurar na parede. Envelhecer e virara sépia.
 
Chuva de areia.
Eu não sei jogar.
 
Agora sai, fecha a porta com calma, que eu detesto barulho de porta.
 
Tchau.
 
O.

Érika Cunha

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